O Dia dos Pais se aproxima e foi inevitável me dar conta da ausência do meu pai aqui. Será o primeiro Dia dos Pais sem ele. E assim, lágrimas (muitas delas) rolaram do meu rosto, da minha alma e do meu coração. Eu sei que estas datas comemorativas são, muitas vezes, clichês comerciais, mas, inevitavelmente, mexem conosco, pois os veículos midiáticos emergem propagandas de todo tipo "gritando" a importância desta figura primordial na vida de cada um: a presença e a possibilidade de um pai.
Possibilidade e presença muitas vezes negada na existência de muitos filhos. Há pais ausentes, há pais que julgam que "basta" dar pensão, há pais que nem queriam terem sido pais, há pais duros, rabugentos, mesquinhos, etc. Há toda "sorte" de pais que nem mereciam este título especial. Mas, há, felizmente, os verdadeiros pais. Aqueles que se preocupam com a vinda do filho deste a concepção. E que são presentes e amáveis. E este tipo de pai eu tive a sorte de ter. Agradeço, primeiramente, a minha mãe pela bela escolha de companheiro de vida. Meu pai nos amou muito. E deixou isso claro de diversas maneiras, enquanto ainda existia neste mundo.
No seu último Dia dos Pais, presenteei-lhes com uma cesta de café da manhã. Ele sempre gostou de café e da cor vermelha, do time do "Inter". Tive o cuidado de pedir para personalizar a cor da xícara para que fosse o encarnado que ele gostava. Estávamos longe fisicamente, mas sempre "conectados" nas mensagens de carinho e amor. Em setembro e outubro de 2020, tive a felicidade de conviver um pouco com ele.
Seriam os últimos dias juntos, pois, em dezembro, ele partiu deste mundo para sempre. E hoje eu pergunto: cadê meu pai?
Ele ficou aqui no meu coração, nas minhas lembranças, no aprendizado que passou para mim e para os meus irmãos. Ficou na palavra de incentivo quando voltei a dirigir depois de um tempo sem carro, na presença em muitos aniversários, casamento, comunhão, batizado, crisma, etc. No jogo de cintura que me ensinou diante das adversidades da vida, no gosto pelo humor (quem conviveu com ele sabe que havia sempre um sorriso no rosto). Ficou nos filmes do Mazzaropi que assistimos juntos. No respeito por ter escolhido um time diferente do dele para torcer. No abraço dado enquanto caminhávamos na praia aqui em Santa Catarina. E, nos últimos tempos, na espiritualidade que me ajudou a desenvolver a partir de sua própria experiência com o divino.
Enfim, eu procuro o meu pai e sei que ele existe aqui dentro de mim e muitos ecos dele são parte da minha vida, da minha personalidade, da minha essência. Eu queria que todos tivessem pais assim, pais de amor, de verdade e de alma. E que valorizassem a existência deste pai, pois nossa vida é tão fugaz, tão finita, tão imprevisível. Neste dia dos pais e em todos os outros eu procurarei por meu pai e encontrarei aqui dentro do meu coração, da minha alma, lembranças. A assinatura dele, agora meu anjo, está aqui comigo para sempre tatuada no meu braço esquerdo. O lado do coração.
Feliz Dia dos Pais a todos os pais!
Texto: Andressa da Costa Farias
Servidora pública